O setor das energias limpas na América Latina pressupõe um mercado potencial de 349.000 milhões de dólares até 2025 para as pequenas e médias empresas, segundo um relatório elaborado pelo Banco Mundial.
As PME contam com vários pontos em seu favor, quando chega a hora para fazer negócios:
- O conhecimento de mercados locais
- A necessidade de especialização
- Obstáculos financeiros e técnicos menores
O estudo assegura que as PME podem se integrar em toda a cadeia de valor das tecnologias limpas, ainda que predominem especialmente as atividades de fabrico de pequenos equipamentos, de instalação, obras civis, comércio retalhista e manutenção. Nessa nossa região, as melhores oportunidades para essas empresas, segundo o relatório, se encontram no subsetor do tratamento de águas residuais (que constitui quase a metade do mercado total) e na Bioenergia.
“É um processo que requer muito profissionalismo, paciência, e em alguns casos investimentos, ou adaptação de processos para conseguir certificações”, afirma Juan Bosch, Presidente de SAESA (uma trader de energias renováveis). E recomenda para os empresários que procurem se colocar em contato com fornecedores internacionais de tecnologias, através de fóruns, seminários, câmaras, clusters, cooperativas, universidades, e participar em atividades que favoreçam uma aproximação.
O relatório do Banco Mundial faz também finca-pé na capacidade das energias limpas fomentarem o crescimento do emprego e estimularem a inovação, o que torna esse setor especialmente pertinente para os países em desenvolvimento. Em comparação com outros setores se caracteriza por requerer mais preparação, mas oferece em contrapartida melhores salários, e mais segurança.
Os pequenos e médios empresários também enfrentam alguns desafios: o acesso para financiamento – na hora de confrontar projetos de maior envergadura – e o risco de depender das políticas governamentais de ciclo, uma vez que o mercado energético se encontra normalmente submetido a uma regulação forte. Assim sucede com as energias em geral e com os grandes projetos de obras públicas de águas e resíduos, assim como para as novas alternativas de transporte limpo.
Bosch assinala que à medida que as energias renováveis ganhem escala, mais oportunidades irão surgir para as PME. “É um tipo de provimento que atravessa toda a vida moderna – e como nunca antes – os usuários podem escolher que tipo de energia está mais de acordo com seus interesses e com quem a vai distribuir”, acrescenta.
Potencial energético da região
Atualmente 7% da eletricidade gerada nessa região deriva de energia renovável. Não obstante, a dotação de recursos da América Latina e do Caribe é suficiente para cobrir mais do que 22 vezes a demanda elétrica projetada para 2050, de acordo com o estudo "Repensando nosso futuro energético", desenvolvido pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Apesar de registrados apenas investimentos modestos até agora em energias renováveis, o estudo aponta para uma tendência de sua aceleração na região. A energia eólica foi o recurso renovável com maior crescimento; o México é já o quinto produtor de energia geotérmica; a Colômbia, o Panamá e o Equador estão explorando ativamente esse recurso. No Brasil, México, Guatemala, Argentina e Chile estão avançando projetos de biomassa, energia solar e eólica.
De fato, 6 países da América Latina se instalaram nos primeiros 12 postos das 55 nacionalidades emergentes mais atrativas para investir em energias limpas, segundo o Climascópio do Fundo Multilateral de Investimento do BID e a Bloomberg New Energy Finance. A Atividade da energia limpa em 2014 se deu principalmente nos países em vias de desenvolvimento, liderados pela China, Brasil, Chile, África do Sul, Índia, Quénia, México, Uruguai, Uganda e Nepal.
Seguir