O agronegócio de Minas Gerais encerrou 2025 com resultados expressivos, reforçando sua relevância para a economia estadual e nacional. Os dados fazem parte do balanço apresentado nesta terça-feira, 16 de dezembro, na sede do Sistema Faemg Senar, que apontou avanço significativo do Valor Bruto da Produção (VBP) e um novo recorde nas exportações do setor.
Segundo o presidente do Sistema Faemg Senar, Antônio de Salvo, o estado superou a marca de US$ 18,1 bilhões em vendas externas do agro, ao mesmo tempo em que registrou crescimento consistente do VBP. Atualmente, o agronegócio já representa cerca de 44% de todas as exportações mineiras, com destaque para o café, beneficiado por forte valorização no mercado internacional, além do desempenho positivo dos segmentos de grãos, carnes e florestas plantadas. Para ele, os resultados refletem investimentos em tecnologia, ganhos de produtividade, melhoria na gestão e ampliação do acesso a novos mercados, fatores que fortalecem a competitividade do agro mineiro no Brasil e no exterior.
O VBP da agropecuária de Minas Gerais apresentou aumento de 15,2% em relação a 2024. A agricultura foi o principal motor desse crescimento, com alta de 17,1%, enquanto a pecuária avançou 11,9%, evidenciando a robustez das principais cadeias produtivas do estado.
No comércio internacional, Minas embarcou 15,23 milhões de toneladas de produtos agropecuários para 177 países. As exportações avançaram especialmente para a União Europeia, Ásia, América do Sul e Oriente Médio. Mesmo com uma retração de 6,6% no volume exportado, a receita cresceu quase 13%, resultado da elevação dos preços das commodities no mercado global.
O valor alcançado já supera o total exportado em todo o ano de 2024 e configura recorde para o período analisado. Entre janeiro e novembro, o agronegócio respondeu por 43,7% das exportações totais de Minas Gerais, mantendo o estado como o terceiro maior exportador do país, com participação de 11,7% no total nacional.
Café segue como principal destaque
O complexo cafeeiro manteve a liderança absoluta nas exportações do agronegócio mineiro, concentrando 56,1% da receita do setor. Foram US$ 10,15 bilhões em vendas externas e 24,8 milhões de sacas embarcadas, o que corresponde a cerca de 70% de todo o café brasileiro exportado.
Apesar da redução da produção, estimada em 25,8 milhões de sacas — queda de 8,3% em comparação à safra anterior —, a valorização dos preços garantiu aumento próximo de 45% na receita, reforçando a posição de Minas Gerais como referência internacional em qualidade, regularidade de oferta e rastreabilidade do produto.
Outros segmentos também apresentaram desempenho relevante. O complexo soja respondeu por 15,6% das exportações do agro mineiro, com destaque para a soja em grãos, que alcançou US$ 2,82 bilhões e cerca de 7 milhões de toneladas, destinadas principalmente à China. O setor sucroalcooleiro representou 10,3% das vendas externas, com o açúcar somando US$ 1,86 bilhão e mais de 4,3 milhões de toneladas, impulsionado pelo câmbio favorável e pela demanda de mercados do Oriente Médio e do Norte da África. Já o complexo de carnes respondeu por 9,2% do total exportado.
Além do desempenho econômico, o café também tem se mostrado uma alternativa estratégica para produtores afetados pela crise na pecuária leiteira. Antônio de Salvo destacou o projeto piloto “Leite com Café”, iniciado neste ano em Governador Valadares. De acordo com ele, diante das dificuldades enfrentadas pelo setor leiteiro — como margens reduzidas, juros elevados e concorrência das importações —, a diversificação com o café surge como uma opção concreta para complementar a renda, equilibrar o fluxo de caixa e reduzir riscos, contribuindo para a permanência do produtor no campo.
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