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Como programas de resiliência e financiamentos direcionados podem ajudar pequenas empresas a se recuperarem mais fortes após desastres naturais

Pequenas empresas têm tudo a perder com desastres - e tudo a oferecer na construção da resiliência

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Published by ConnectAmericas

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Ao relembrar minhas visitas a áreas afetadas por desastres ao longo dos últimos trinta anos, algumas imagens sempre voltam à mente: uma pequena granja de aves destruída pelos ventos de um ciclone, com os corpos das aves espalhados; uma plantação de noz de bétele devastada, exigindo seis meses de trabalho para retomar a produção; um artesão local de instrumentos musicais cujo estoque, ferramentas e oficina ficaram sob escombros após um terremoto.

Tecnicamente, os donos dessas micro e pequenas empresas não estão abaixo da linha da pobreza nem entre os “mais vulneráveis”. No entanto, até mesmo uma leve interrupção econômica pode empurrá-los para a pobreza.

 

À beira da insolvência

Após desastres, as micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) enfrentam interrupções graves nos mercados e cadeias de suprimento locais, o que prejudica sua operação. Muitas operam com capital emprestado, e a interrupção do negócio apenas agrava sua dívida, levando-as mais próximas da insolvência.

Apesar das grandes perdas econômicas e do fechamento de MPMEs após desastres, elas têm pouco acesso a financiamento para recuperação – seja crédito acessível ou ajuda governamental ou humanitária. Esse colapso generalizado permanece pouco reconhecido, mesmo com seu impacto duradouro no emprego local e na recuperação econômica.

 

Um ponto cego nas políticas públicas

O problema está em como essas empresas são tratadas nos planos pós-desastre. A assistência tende a focar em residências e infraestrutura pública, e quase não há normas específicas para apoiar MPMEs – o que é compreensível, dada sua diversidade.

Não são vistas como suficientemente pobres para acessar programas de proteção social, mas também não têm capacidade financeira para contratar seguros comerciais. Isso as coloca em um vazio de políticas públicas.

Contudo, quando as MPMEs se recuperam, suas comunidades também se reerguem. Elas criam empregos, movimentam mercados locais, restauram a confiança e estimulam o protagonismo.

Em resumo, a resiliência das MPMEs é base da resiliência comunitária.

 

Cinco ações para a resiliência empresarial

No Dia das Micro, Pequenas e Médias Empresas, proponho uma agenda de cinco ações para fortalecer a resiliência das MPMEs frente aos riscos de desastres:

  1. Desenvolver ferramentas acessíveis de autoavaliação de risco, físicas e financeiras, em parceria com associações locais formais e informais. As ferramentas devem ajudar as empresas a entender os riscos que enfrentam e os impactos para quem delas depende.

  2. Oferecer um conjunto de soluções para mitigar os riscos identificados. Esse kit deve vir acompanhado de acesso a financiamento acessível, para permitir ações graduais e prioritárias de resiliência.

  3. Criar mecanismos locais de transferência de risco, que podem incluir agrupamento de empresas e formação de fundos de risco coletivos.

  4. Incluir as MPMEs nas estratégias de financiamento para recuperação pós-desastre, combinando subsídios com empréstimos a juros baixos.

  5. Dar às MPMEs um papel claro na formulação e execução de estratégias locais de redução de riscos e recuperação. Após um desastre, elas devem ser incentivadas a criar meios de vida mais sólidos. A ideia de “reconstruir melhor” também deve se aplicar às MPMEs.

 

Inovação como aliada

Em todas essas ações, tecnologias digitais emergentes e modelos de seguro inovadores podem desempenhar papel fundamental – além de abrir oportunidades para empreendedores que atuam com foco em resiliência.

Ferramentas como pagamentos digitais, inclusão financeira, mapeamento participativo e avaliação de riscos localizados podem integrar empresas informais aos sistemas de resiliência – e garantir que sejam reconhecidas, apoiadas e fortalecidas antes da próxima crise.

As MPMEs precisam de modelos de seguros coletivos e subsidiados, que agreguem riscos entre empresas semelhantes para reduzir os prêmios. Governos podem promover esses mecanismos adaptados às MPMEs, apoiando sua continuidade e recuperação mais rápida.

Em muitos países em desenvolvimento, há pouca oferta de seguros patrimoniais para pequenos negócios; e, quando existem, não costumam recompensar a redução de riscos. As ofertas de seguros devem incluir incentivos à mitigação de riscos, como reforço da estrutura física das empresas, com prêmios mais baixos.

Seguros paramétricos – que pagam com base em parâmetros definidos (como intensidade de uma tempestade) – já mostraram eficácia ao eliminar avaliações de danos caras, atrasos e disputas. São soluções inovadoras e ágeis para as MPMEs.

 

Uma rede para negócios resilientes

Nos últimos 15 anos, a UNDRR tem apoiado uma rede global de MPMEs engajadas na redução de riscos por meio da Rede ARISE. Os membros têm demonstrado grande inovação na gestão de riscos em seus negócios.

É fundamental ampliar esses esforços e apoiar os pequenos negócios, que embora vulneráveis, têm um enorme potencial para construir resiliência nas comunidades onde atuam.

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Author: Kamal Kishore

UN Office for Disaster Risk Reduction

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